quinta-feira, 1 de maio de 2008

Não ao vandalismo!



O vandalismo e a destruição de escolas e salas de aula já se mostram em números. Dados da Secretaria de Educação mostram que o desperdício de material, o desgaste natural do mobiliário das escolas e das instalações e a recuperação da escola e de materiais depredados por vândalos consome por ano da educação R$ 13 milhões. Para se ter idéia, com esse dinheiro daria para construir cinco novas escolas por ano, com 12 salas de aula cada.

O grave problema do vandalismo em escolas públicas do Distrito Federal já era freqüente, mas ficou conhecido em todo o Brasil em outubro de 2007, através da rede mundial de computadores, quando quatro alunos do Centro de Ensino Fundamental 24, no setor QNQ, colocaram na Internet o vídeo que mostrava três deles destruindo carteiras dentro da própria sala em que estudavam.

Apesar das escolas da Ceilândia estarem entre as primeiras que têm mais materiais destruídos em sala de aula, a diretora da Regional de Ensino da Ceilândia, Ana de Fátima Dias Henriques, disse até hoje não foi registrado nenhum caso de depredação em escola da cidade. Ela acredita que o vídeo com o péssimo exemplo dos alunos teve uma repercussão positiva. "Pela repercussão do caso, levou uma conscientização dos alunos", acredita. Segundo ela, a Regional de Ensino da Ceilândia vem trabalhando formas, junto com instituições parceiras para mudar a atitude dos estudantes.

Um dos responsáveis por essa mudança de comportamento é o projeto Escolas Abertas, que permite o acesso às unidades de ensino durante os fins de semana para atender a comunidade. "Estamos tomando medidas para conter o vandalismo nas escolas que vêm surdindo resultados positivos. Isso só é possível porque envolve pais, alunos, direção e instituições governamentais são parceiras", diz.

O Centro de Ensino Fundamental 12 do Setor O é exemplo de como a integração entre família e escola pode mudar a realidade da escola. Hoje com 1.800 estudantes matriculados, o centro já foi marcado no passado pela sua imagem negativa. Segundo o vice-diretor, Cristiano de Oliveira, a escola busca hoje trabalhar entre alunos e a comunidade projetos que envolvam princípios de moralidade, preservação, respeito às diferenças, conservação e valorização do espaço. Mesmo com os projetos de conscientização, a unidade não está livre de todos os problemas. Quadros e paredes riscados, carteiras quebradas e até mesmo o muro da escola não está livre de depredação.

Cristiano explica que por causa das constantes pichações de vândalos, há muito tempo o muro da escola não é pintado. A violência do lado de fora da escola também marca a saída dos estudantes. "Constantemente os alunos são assaltados por marginais que ficam do lado de fora da escola, a polícia vem aqui, mas quando vai embora, ficamos a mercê dos marginais", diz o vice.

Mas, segundo ele, os problemas mais graves foram sanados. Mesmo assim, ainda falta integração com os pais dos alunos que vêm de outros bairros. Hoje, cerca de 300 alunos dos bairros Sol Nascente e Pôr do Sol estudam no local. Os dois bairros não têm escolas e parte dos alunos são remanejados para o Centro de Ensino 12. "Como moram longe, a falta de diálogo com estes pais dificulta o trabalho de integração que fazemos com as famílias que moram próximas da escola", enfatiza.


Fonte: Tribuna do Brasil

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